VOCÊ JÁ DESCOBRIU OS NOMES?
QUEM MATOU?
Me perdoe, eu não ouvi, estive confuso com uns compromissos e não ouvi nada. Mas, qual o problema?
- O problema é Nicolas, você sumiu e não o recebeu na noite combinada. Você teve uma atitude repreensiva uma vez que contávamos com você.
- Perdoe-me, esqueci-me do Nicolas, na verdade, é difícil lembrar-se de alguém que ainda não conhecemos e ainda mais eu com uma vida tão corrida...
- Sem desculpas meu jovem. Espero que seu esquecimento não me cause transtornos, sempre que precisou de mim soube onde encontrar.
Aquele homem desligou muito nervoso o telefone. Sua voz era cansada, porém, implacável. Como Bacuara poderia se lembrar de Nicolas com a cabeça a mil? Ficou muito preocupado não sabia qual seria a tamanha urgência daquele homem, mas pelo tom da voz, sabia que arrumou um inimigo.
O Delegado recebeu um comunicado não muito agradável. Foi encontrada a identificação das digitais daquele homem, porém, três identificações, três nomes. Um nome era Casper Bolívar já conhecido. Outro era Antonio Sarmes Filho, outro era Carlos Pedro Mhafuz. Qual era sua verdadeira identidade? Como o IIRGD poderia ter cometido tamanho erro fornecendo três identidades ao mesmo individuo? Isso faz notar que existe corrupção no órgão. Isso mostra que o caso vem de esfera de altíssima importância, de gente muito importante, de muito dinheiro envolvido. Seria tráfico de drogas? Seria tráfico humano? A mente do delegado viaja por várias possibilidades, chama para uma reunião seu investigador e pede informações para o IML a respeito de muitas outras dúvidas. Ele quer saber mais sobre pequenos detalhes.
- Clarinha querida, você sabe do muito apreço que tenho por você, por mim a muito tempo você já seria dona disto tudo, porque de meu coração você já é dona- diz senhor Odair muito preocupado.
-Mil perdões senhor Odair, eu fiquei um pouco confusa com a chegada de Nico, posso explicar tudo em detalhes para o senhor não se chatear comigo.
- Sente-se aqui comigo, Zé, toma conta do balcão que eu estou ocupado agora! Clarinha, quem é este rapaz Nico que você nunca me falou dele?
- Nico é irmão de criação, mamãe o adotou meses depois que meu pai morreu. Ela se sentia muito sozinha, Nico foi abandonado na igreja na nossa cidade. O padre entregaria o menino para a adoção, mas minha mãe se apaixonou por ele e chorou muito pedindo sua adoção ao padre. Naquela época as coisas não eram tão difíceis como hoje; acabou o padre José Bento ajudando minha mãe concretizar a adoção. Por amor a minha mãe, batizei Nico e ele não só é meu irmão por adoção como também meu afilhado. Mora perto de Tocantins,e telefonou para mim um mês atrás dizendo que viria para cá me visitar.Que ficaria aqui uma semana, que depois iria para São Paulo onde tinha a chance de um serviço muito bom. O problema é que ele não me disse a data exata que viria, e eu fui pega de surpresa quando chegou muito tarde. Já providenciei a pousada para ele.
Senhor Odair olhava para Clara indignado.
- De jeito nenhum Clarinha, se é seu irmão, você deveria ter me contado, eu hospedo ele na minha casa o tempo que ele estiver aqui. Só não concordei a maneira que ele chegou por aqui e fomos apresentados dentro do banheiro da mercearia.
- Eu sei que foi desagradável meu amigo, quando Nico chegou e me telefonou, foi tudo muito confuso, eu estava cuidando do jantar e o senhor já não estava mais aqui. Quando fui me encontrar com Nico, vi o Zé fechando a porta da mercearia, foi quando pedi ajuda dele, se ele poderia hospedá-lo somente por aquela noite. Ele disse que a esposa dele não ia aceitar assim de supetão. Então pedi para deixá-lo dormir na mercearia que eu falaria com o senhor.
- Olha Clarinha, você está perdoada, não se preocupe nada de ruim aconteceu. Pelo ao menos ele estava seguro aqui dentro, você viu o que aconteceu no Condomínio Águas de Março, justamente naquela noite. As coisas estão ficando meio perigosas por aqui.
- Ora senhor Odair, muito obrigada pela sua atenção. Eu nem gosto muito de saber sobre este assunto do assassinato fico agitada,
não gosto de violência, pior quando acontece tão próximo da gente, isto me deixa ainda mais atônita.
- Clarinha, vá buscar o Nico na Pousada, deixe de jogar dinheiro fora, ele será meu hospede pelo tempo que precisar.
Vladimir estava reunido com Vonda e seu velho pai, de portas fechadas. Esta reunião durou por duas horas. Vladimir deu sua palavra ao pai que não desistiria de ajudar Vonda e a mãe a cuidar dos negócios. Esta reunião serviu para afastar o pai definitivamente dos negócios. O velho disse:
-Não quero mais saber dos movimentos financeiros, não quero mais assinar papel algum, nem tão pouco saber de algum problema nem no Brasil como em Smolensk. Sua mãe tem disposição e confio muito em vocês, mas você Vladimir, tem por minha autoridade de pai a obrigação de ser meu primeiro homem. A partir de hoje a direção de todos os negócios fica com você e Vonda. Quando for necessário estar em Smolensk, Vonda estará lá, daqui você não sai. Não quero mais Vália viajando para a empresa, quem cuidará dela como sócia é você Vladimir. Deixei claro, ou existe alguma dúvida a ser esclarecida?
- Não pai, por mim está tudo muito bem definido.
Saindo da sala, os irmãos vão para o escritório da empresa onde procuram por mais noticias sobre alguns assuntos que estavam pendentes nas mãos do pai.